sexta-feira, 11 de junho de 2010

Até a copa do mundo ficou verde


Para reduzir danos ambientais, países-sede usam tecnologias limpas e tornam seus estádios sustentáveis

No próximo dia 11, África do Sul e México farão o jogo de abertura da Copa do Mundo 2010, no estádio Soccer City, em Johannesburgo. Principal ícone da Copa, onde será disputada também a final, a arena passou por uma ampla reconstrução para sediar jogos do mundial. Reforma-se construções de estádios, aliadas ao transporte de cerca de 350 000 turistas até a África do Sul, devem provocar a emissão de 2,75 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera. Esse número só não é maior porque desde 2006, na Copa da Alemanha, uma série de medidas vem sendo tomada pelos países anfitriões e pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) para reduzir os danos ambientais.

A África do Sul está num estágio intermediário de adoção dos padrões verdes. A expectativa é de que o Brasil seja o primeiro país a aplicar mudanças em larga escala, para a Copa de 2014. A transformação começa pelos estádios. Em 2006, algumas arenas reciclaram o lixo e captaram água
da chuva para reúso.

Na África, algumas obras, como o estádio da Cidade do Cabo, destacam-se pela sustentabilidade, enquanto outros receberam poucos recursos nessa área. Nos projetos para os 12 estádios brasileiros da Copa de 2014, há reformas e novas construções. Muita coisa já melhorou desde o início dos trabalhos, há dois anos. “Quando os projetos nacionais foram apresentados, a maioria não tinha preocupações ambientais, como alternativas para energia renovável”, diz Vicente Castro Mello, arquiteto responsável pelo projeto do estádio de Brasília. O novo Vivaldo Lima, em Manaus, prevê o uso de bioetanol e energia geotérmica para gerar eletricidade.

O Beira-Rio, em Porto Alegre, terá um programa para com postagem do gramado, usando
a grama cortada para adubar campos de treinamento do Internacional. No Fonte Nova, em Salvador, haverá um sistema para repelir o calor e evitar grandes gastos com refrigeração. Ele é projetado para receber ventilação natural externa e dar menos trabalho ao ar-condicionado. Na Arena Cuiabá, parte da arquibancada será de metal parafusado, para reduzir a capacidade do estádio depois do mundial, evitando o abandono e o alto custo de manutenção. Outras ideias incluem a instalação de placas fotovoltaicas, uso de equipamentos com menor consumo de energia, assim como o reaproveitamento e o tratamento da água da chuva.

As iniciativas para uso de tecnologias verdes devem vir das cidades-sede e dos arquitetos e engenheiros que construirão os estádios. A meta é atingir o padrão de construção recomendado pela FIFA em seus Green Goals (objetivos de preservação ambiental). O Comitê Organizador Local da Copa recomenda regras mais rígidas, estabelecidas na certificação Liderança em Energia e Design Ambiental (Leed, na sigla em inglês). Os estádios que recebem esta distinção podem ter um custo de construção ou reforma elevado em até 7%,mas chegam a economizar 30% em energia, 50% no consumo de água e 35% nas emissões de gás carbônico. Até agora, cinco das 12 arenas estão registradas para receber a certificação Leed: o Estádio Nacional de Brasília, o Mineirão, o Maracanã, o Vivaldo Lima e a Arena Cuiabá.

VERDES E MAIS TECNOLÓGICOS
Para a Copa de 2014, além das tecnologias verdes, ideias mais avançadas estão surgindo. Jaime Stabel, diretor de tecnologia do Instituto de Tecnologia do Software, afirma que a Copa no Brasil pode iniciar mudanças. No exterior, já é possível ver o mapa de assentos do estádio em 3D pela web. Na África do Sul, o torcedor poderá fazer pedidos na lanchonete pelo celular e recebê-los sem sair do lugar. No Brasil, estuda-se a possibilidade de uso de impressões digitais para acesso aos jogos. Todas as arenas deverão ter Wi-Fi. Bolas com chip e chuteiras com acelerômetro poderão ajudar os juízes a evitar falhas — se a FIFA permitir tantas inovações, é claro. Tudo isso ainda é incerto, mas ninguém duvida que com alta definição e 3D, muita coisa mudará. Qualquer um poderá gravar imagens do jogo e mandá-las para a internet. As partidas serão transmitidas de forma mais participativa para o telespectador. E quem for ao estádio, verá uma construção mais sustentável e tecnológica.

ENERGIA DO VENTO
Há estudos para a instalação de turbinas eólicas próximas a estádios. Mas a viabilidade ainda está sendo discutida, como no Manchester Stadium, na Inglaterra. Como no país costuma nevar, o gelo se deposita sobre as hélices, o que é considerado um risco, pois pode atingir os torcedores.

ARENAS ECOLÓGICAS
Fontes alternativas de energia, reciclagem de lixo e reaproveitamento de água já são realidade em estádios pelo mundo.
VEJA QUADRO: Arenas ecológicas

Brazilian Important Bird Areas get protection



Brazilian Important Bird Areas get protection

11-06-2010

Brazilian President, Luiz Inacio Lula da Silva, has signed the creation of the Boa Nova National Park and the Boa Nova Wildlife Refuge, safeguarding this biodiverse Important Bird Area (IBA) and creating 27,000 hectares of new protected area.

Pedro Develey
Boa Nova IBA, located in south-west Bahia state, has a unique flora and fauna due to the overlap of two biomes 



Boa Nova IBA, located in south-west Bahia state, has a unique flora and fauna due to the overlap of two biomes: lush montane Atlantic Forest, and semi-arid caatinga. The dry deciduous forest of the transitional area, known as mata-de-cipó, is the habitat of two restricted range species, the Endangered Slender Antbird Rhopornis ardesiacus and Near Threatened Narrow-billed Antwren Formicivora iheringi. Three hundred and ninety six bird species have been recorded to date at Boa Nova, 14 of which are globally threatened and 17 Near Threatened.
During the event, President Lula also signed the creation of the Serra das Lontras National Park, another IBA where 16 globally threatened bird species occur, and the creation of the Alto Cariri National Park, in addition to the expansion of the Pau Brasil National Park. Together, these areas will protect about 60,000 hectares of Atlantic Forest, one of the most threatened biomes in the world.
"This is one of the greatest victories for bird conservation in Brazil. These new protected areas are all IBAs, including two sites considered priorities for action by SAVE Brasil. When we initiated our work at these sites they were known by only a few ornithologists, now they are recognised at the national level, and the chances for the survival of an impressive number of threatened bird species have increased considerably", said Jaqueline Goerck, Director-President of SAVE Brasil (BirdLife Partner).
The creation of the protected areas at Boa Nova and Serra das Lontras is a milestone in the efforts for the protection of the region’s biodiversity. SAVE Brasil has been working on both areas for several years, in partnership with governments, non-governmental organisations and local communities, and supporting the process that culminated with the creation of these protected areas.

Arthur Grosset www.arthurgrosset.com
Boa Nova IBA is home to the Endangered Slender Antbird 
"This is one of the greatest victories for bird conservation in Brazil" —Jaqueline Goerck, SAVE Brasil
The Serra das Lontras Forest Complex comprises montane and lowland forests. This gradient of vegetation enables the occurrence of rich bird diversity: 330 species recorded so far, 16 of which are globally threatened and 13 Near Threatened. Serra das Lontras is also a hot spot of plant diversity with 735 angiosperm species, 150 species of ferns and lycophytes. At least 38 species of mammals also occur, among them two primates and three felids threatened with extinction.
The region is also characterized by the traditional cultivation of cacao in cabruca, an agroforestry system that favors the conservation of biodiversity for being associated to areas of native Atlantic Forest. However, because of the cacao crisis, producers have been forced to substitute the cabrucas with more aggressive land uses which degrade forests and threaten the survival of the region’s rich biodiversity.
"Now that these protected areas are created, the next step is to develop and apply their management plans. SAVE Brasil will continue to be involved in this process, working with the Brazilian government to ensure the effective implementation of these protected areas and the long term survival of their unique biodiversity", said Goerck.
The work developed by SAVE Brasil on public policies is funded by the Aage V Jensen Charity Foundation. The conservation programme at Boa Nova is funded by the Brazilian Ministry of the Environment - Ecological Corridors Project, KFW, Nature Canada and Ricoh Co. Ltd. A project for the conservation and sustainable development of Serra das Lontras was funded by the European Union, from 2005 to 2009. The project was developed by BirdLife International, in partnership with SAVE Brasil and Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB).